Já agora, deixo as minhas experiências com electrodomésticos
Devido à profissão que tenho, troco de carro com relativa regularidade, seja porque os rentings acabam, seja porque troco de empresa
Vou excluir desta equação os carros particulares que tive por serem todos já bastante antigos. O mais recente que tive (e o primeiro também, foi um Clio do ano 2000
)
Seat Leon ST 1.6 TDI 105 DSG S&SFoi meio a contragosto que "levei" com esta carrinha. Depois de duas más experiências com Seat (tive 2 Ibizas, um 1.2TDI e um 1.6TDI que foram, sem duvida, os piores carros que "tive"), fiquei bastante renitente quando me propuseram este modelo.
Ainda andei a ver outras opções dentro do segmento, no entanto, a Honda Civic Tourer que, a meu ver, é a melhor carrinha do segmento, ficava ligeiramente acima do plafond e o 308 da Peugeot ainda não tinha a versão carrinha e lá acabei por engolir a Seat.
Equipamento: Por ter apanhado uma campanha interessante, a carrinha, mesmo sendo uma versão Style (versão intermédia de equipamento), acabou por trazer bastantes extras ao equipamento de série, dos quais destaco
- Jantes 17"
- Vidros traseiros escurecidos
- Radar dianteiro (para cruise control automático, lane assist e assistência à travagem de emergência)
- Sistema Seat Infotainment com GPS
- Caixa de velocidades DSG
O maior defeito do conjunto, no que toca a equipamento, é precisamente, o GPS. Parece que estamos a mexer num tom tom com 20 anos. Todo o sistema é lento, demora a arrancar (temos que esperar cerca de 2 a 3m ate conseguirmos inserir um destino no GPS) e é pouco intuitivo
Neste aspecto, até o sistema da Dacia é superior!
Portanto, no que toca a equipamento, eu daria um 9/10. Julgo que, associado à DSG, deviam vir sempre as patilhas no volante, no entanto só estão disponÃveis na versão FR. O Full Led de serie também seria interessante. Mas, afinal de contas, estamos a falar de um carro cujo preço de aquisição rondou os 25 mil euros e vem carregadinho de coisas boas
Qualidade de construção: É um Seat...não é um VW nem um Audi e os engenheiros quiseram que nos lembrassemos disso sempre que abrimos a porta. Quando entramos num dos primos do mesmo segmento, rapidamente percebemos para onde foi o nosso dinheiro.
Há pequenos detalhes na Seat que transpiram falta de requinte, como alguns plásticos de má qualidade na consola central. A própria tampa da consola central não transmite nenhuma rigidez.
Falta também um revestimento nos porta objectos. Não há nada mais irritante do que ter as chaves na porta e estar constantemente a ouvi-las passear pelo plástico. Era algo que acrescentaria, talvez, 2 euros, ao custo de produção e melhorava bastante a vida a bordo
A montagem é razoável. Com 2 anos já se ouvem alguns ruÃdos parasitas e ainda não foram atingidos os 30 mil kmts.
7/10 neste ponto
Motor e caixa de velocidadesBem, o motor é um 1.6. Não é um motor muito enérgico nem super económico. Ainda mais associado a um carro que pesa cerca de 1400kg, nao se pode pedir que tenha grande "aço"
Cumpre a sua função, leva-nos do ponto A ao B. A velocidade máxima não vai muito além dos 180km/h. A partir dai já começa a ser dificil passar.
A caixa DSG, por ser de 7 relações (ou seja, mais curtas do que se tivéssemos uma caixa de 5 velocidades), acaba por dar uma maior sensação de poder de aceleração
Ainda sobre a caixa, é, sem duvida, a melhor do segmento. Não sendo uma caixa de corridas, como temos por exemplo no Audi R8, é extraordinariamente rápida nas trocas e bastante inteligente, antecipando na maioria dos casos aquilo que vamos fazer a seguir.
O modo sequencial está, a meu ver, montado ao contrário, ou seja, ao contrário do que é natural, aumenta-se para cima e reduz-se para baixo.Por causa disto, acabo por quase nunca o usar. Mas é girinho!
Os consumos não são propriamente baixos. No meu percurso diário, raramente andam abaixo dos 6L/100 com uma condução muito suave
Acredito que este conjunto, com o bloco 2.0 TDI seja bastante mais agradável
8/10 aqui, por causa da DSG
ComportamentoA Seat é a marca desportiva do grupo, logo, tem que marcar pontos neste campo, certo? Não...errado!
Todo o carro é demasiado filtrado, o volante quase parece desligado das rodas. A direção é precisa, mas não temos aquele feeling que seria de esperar.
O Chassis...bem...não é um Renault, fica muitos furos abaixo. Torce bastante e não transmite grande confiança, mesmo calçando 225/45/17 não se consegue sentir confiança para uma condução mais apressada. Talvez o Pirelli P7 que vêm montados nao ajudem, mas a sensação que temos ao volante é que nao vamos ser avisados do final das capacidades dinamicas do carro. Quando tiver que ir, batemos e pronto. Não parecemos ser nós ao volante
A ajudar a isto, temos ainda a electrónica ultra-invasiva da Seat. Já a conhecia dos Ibizas, no Leon é igual ou pior
Neste aspecto, fica milhas atrás da Megane II de 2008 que tive em tempos. Esta sim, o melhor chassis que tive oportunidade de conduzir num electrodoméstico de dia a dia. Nem parecia ter só 80cv!
6/10
Conforto e habitabilidadeQuanto ao conforto, também não é um Renault. A suspensão é algo rija, ajudada pela jante 17 e pneu de baixo perfil.
O bancos são também algo duros, apesar de terem um apoio bastante decente. Mas, estamos ao volante de um Seat e já sabÃamos disso quando o comprámos
Faz-se perfeitamente uma viagem grande, quer nos bancos da frente, quer nos de trás, mas vai-se melhor num Megane
O espaço é mais que suficiente. Atrás não se vai na sala de estar, mas chega bem para 4 adultos. Curiosamente, continuo a achar que o Honda Jazz da minha mulher tem mais espaço nos bancos de trás do que a Leon
A bagageira, não sendo a maior do segmento (esse lugar pertence à Honda Civic), é bastante generosa e com um acesso impecável.
8/10 neste área
ConclusãoPara quem procura uma carrinha com um look desportivo, confortável QB, que ande QB e espaço QB, é uma escolha bastante razoável. O preço é convidativo e tem a mais valia de ser das poucas carrinhas do segmento que oferece uma caixa automática como opção. Extra que, a meu ver, neste momento é um "must have" em qualquer carro do dia a dia. Se o puder manter numa próxima troca de carro, irei fazê-lo certamente
O motor precisava de mais uns 15cv e mais algum binário. Isto faz-se, claro, mas é preciso ter atenção ao limite de binário desta DSG.
Mas lá está, para deslocações diárias e ir de férias com a famÃlia, chega perfeitamente. E, cada vez mais, nos dias que correm, devemos ter um carro adaptado à s nossas reais necessidades.
Se comparada as concorrentes, fica sempre bem colocada e, neste momento, talvez a grande ameaça seja a Peugeot 308 que consegue ter bastante mais equipamento e um motor mais enérgico, isto apesar do aspecto muito mais conservador da Peugeot que tem umas linhas muito "mortas, a meu ver
A Honda tem o problema da falta de equipamento de série sendo que é difÃcil colocar um extra sozinho. Quase tudo vem em packs que custam bastante dinheiro
A Megane, está em fim de vida e enquanto não sair a nova, é uma peça quase fora desta equação
A maior concorrência acaba por vir de dentro do grupo mas, lá está, com preços ligeiramente diferentes.
Nota final: 7/10