Tinha 56 anos Morreu Steve Jobs, o génio visionário da Apple 06.10.2011 - 00:49 Por João Pedro Pereira“A morte é muito provavelmente a melhor invenção da vidaâ€, afirmou Steve Jobs, em 2005, frente a uma plateia de estudantes da Universidade de Stanford, nos EUA. “Lembrar-me de que todos estaremos mortos em breve é a ferramenta mais importante que encontrei para me ajudar a fazer as grandes escolhas na vidaâ€. O icónico fundador da Apple morreu no dia 5 de Outubro, com 56 anos, depois de anos com vários problemas de saúde relacionados com um tipo raro de cancro do pâncreas. A morte foi anunciada esta noite pela Apple. "A Apple perdeu um génio visionário e criativo e o mundo perdeu um ser humano fantástico", lê-se no site da empresa. "O Steve deixa uma empresa que só ele poderia ter construÃdo e o seu espÃrito será sempre o alicerce da Apple".Há muito que Steve Jobs se debatia com sérios problemas de saúde, que começaram com um cancro pancreático, em 2004. “O meu médico disse-me para ir para casa e tratar dos meus assuntosâ€, recordou Jobs, no discurso em Stanford. “É o código dos médicos para dizer que vamos morrerâ€.Depois de lhe terem dado um prognóstico de três a seis meses de vida, os médicos acabaram por descobrir que a doença era de um tipo raro, que podia ser curado. Mas, desde então, as aparições públicas mostravam-no cada vez mais magro e fraco, motivando especulações – e receios entre os investidores – sobre o seu estado de saúde. Em 2008, a agência Bloomberg enganou-se e chegou a publicar um obituário.Jobs fundou a Apple aos 21 anos e ajudou a criar a indústria dos computadores pessoais. Foi despedido da empresa e chefiou o estúdio que criou Toy Story, o primeiro filme de animação moderno. Foi CEO da Apple até Agosto, cargo que tinha desde 1997, ano em que regressou à empresa e a salvou de uma situação difÃcil, lançando-a numa série de sucessos consecutivos. Pelo caminho, mudou o mundo da música e dos telemóveis.A importância da caligrafiaFrequentemente descrito como um empresário brilhante e um inventor visionário (tem o nome em mais de 300 patentes), é um exemplo do conceito americano de self made man.Steven Paul Jobs nasceu a 24 de Fevereiro de 1955, em São Francisco, na Califórnia. Tanto o pai (um sÃrio a estudar ciência polÃtica) como a mãe (uma universitária americana) acharam que eram muito novos para o criar. Foi adoptado por um casal de classe média que morava em Mountain View, também na Califórnia – a zona que anos mais tarde viria a ser Silicon Valley, a meca da tecnologia a nÃvel mundial.Durante a adolescência de Jobs, várias empresas de tecnologia tinham instalações naquela área e ele cresceu num ambiente que acompanhava o despontar da electrónica pessoal.Quando andava no liceu, em Cupertino (onde hoje é a sede da Apple), frequentava conferências nocturnas na Hewllet-Packard e chegou a trabalhar lá durante um Verão. Foi onde conheceu o funcionário da HP Steve Wozniak, um geek com talento para montar placas de circuitos e com quem viria a fundar a Apple.Entrou para a Universidade de Reed, mas só esteve inscrito um semestre. O curso era demasiado caro para a bolsa dos pais. E Jobs “não tinha ideia do que fazer com a vidaâ€, lembrou no discurso em Stanford.Apesar de ter desistido do curso, continuou pelo campus. Dormia no chão no quarto de amigos e recolhia garrafas de cola para receber o dinheiro do depósito e comprar comida. Uma vez por semana, tinha “uma refeição decente†num templo hindu. E resolveu frequentar aulas de caligrafia, porque achava que os cartazes da faculdade (feitos à mão) eram bonitos. Nestas aulas, aprendeu princÃpios estéticos que marcaram não só a história dos produtos da Apple, mas também de todos os computadores pessoais.O princÃpio da AppleO primeiro computador Apple era basicamente uma placa de circuitos que tinha de ser montada pelos compradores. Foi lançado em 1976, custava 666,66 dólares e tinha sido desenvolvido por Jobs e Wozniak, na garagem dos pais de Jobs. A empresa foi oficialmente fundada no ano ano seguinte. Em finais de 1980, avançou para uma triunfal entrada em bolsa. Jobs (então com 25 anos), Wozniak (cinco anos mais velho) e largas dezenas de outros investidores iniciais tornaram-se milionários instantâneos. Em 1984, os dois co-fundadores receberam do Presidente americano Ronald Reagan a Medalha Nacional de Tecnologia (Jobs usou na cerimónia um laço branco, em vez da mais usual gravata).Com a empresa a crescer, o jovem empresário aliciou o então presidente da Pepsi, John Sculley (um executivo experiente) para o cargo de CEO. Segundo o mito, Jobs terá perguntado a Sculley se este queria passar o resto da vida a fazer água com açúcar ou se queria ajudar a mudar o mundo.A Jobs coube então a tarefa de chefiar a divisão dos Macintosh, uma das gamas de computadores que a marca desenvolvia. Mas a relação entre Sculley e Jobs deteriorou-se e, na sequência de uma luta interna de poder, acabou por ser afastado da empresa que criara. Tinha 30 anos, era multi-milionário, solteiro, sentia (admitiu mais tarde) que falhara e não sabia o que fazer a seguir.Fora da AppleApós meses de reflexão, decidiu fundar uma nova empresa de computadores, chamada NeXT, que desenvolveu computadores topo de gama destinados aos mercados universitário e empresarial.Um ano depois, em 1986, comprou o The Graphics Group à produtora Lucasfilm, de George Lucas. A empresa desenvolveu um computador destinado a sectores que precisassem de trabalhar com gráficos exigentes, como o cinema e a medicina. Mas o produto não foi bem sucedido e o The Graphics Group acabou por evoluir para a Pixar, o estúdio de animação que criou Toy Story, lançado em 1995 e que é o primeiro filme de animação com gráficos gerados por computador. Jobs surge na ficha técnica do filme como produtor executivo.Mais tarde, em 2006, a Disney acabou por comprar a Pixar, tornando Steve Jobs no maior accionista individual daquela empresa, com cerca de sete por cento das acções.Foi também durante o perÃodo fora da Apple que Jobs conheceu a mulher, Laurene Powell. Casaram-se em 1991, numa cerimónia dirigida por um monge budista (a religião de Jobs). Ele tinha 36 anos, ela era sete ou oito anos mais nova.O casal tem um filho e duas filhas. Ele já fora pai em 1978. Na altura, começou por negar a paternidade da criança (alegando que era estéril), mas acabou por reconhecê-la e um dos primeiros computadores da Apple chamava-se Lisa, o nome desta primeira filha. Na versão oficial, porém, o nome do computador é a sigla de Local Integrated Software Architecture.Não se sabe muito da vida pessoal do fundador da Apple. São-lhe conhecidas várias excentricidades, como a insistência no mesmo guarda-roupa (nos últimos anos, as calças de ganga e a camisola de gola alta preta), ter morado numa enorme mansão praticamente sem mobÃlia ou ter demorado anos a decorar um apartamento em Nova Iorque para nunca lá morar (vendeu-o a Bono, vocalista dos U2). Conduzia um Mercedes prateado sem matrÃculas (e que já foi fotografado estacionado num lugar para deficientes) e tinha um jacto privado.O segundo actoO escritor F. Scott Fitzgerald afirmou um dia: "Não há segundos actos nas vidas americanas". Evidentemente, Fitzgerald, que morreu em 1940, não pôde conhecer Steve Jobs, que foi o protagonista de um dos maiores segundos actos da indústria tecnológica dos EUA.Em 1996, a Apple decidiu comprar a NeXT, que tinha pouco sucesso comercial, mas desenvolvera tecnologia importante, a qual acabou por ser responsável por um grande salto evolutivo nos computadores da Apple.A aquisição fez Jobs regressar à empresa que fundara. Primeiro como conselheiro e, logo em 1997, como CEO interino, cargo que acabou por assumir definitivamente três anos depois. Na altura, a Apple estava em dificuldades financeiras. Jobs decidiu acabar com uma série de projectos falhados e lançou uma nova linha de computadores Mac. Eram computadores, disse então, cuja parte de trás tinha melhor aspecto do que a parte da frente dos concorrentes. Sob a sua liderança, a empresa regressou aos lucros.Já neste século, resolve dar um novo novo rumo à Apple. Rodeado da equipa de executivos que agora lidera a empresa, faz uma incursão no mundo da música: em 2001, a Apple lança o primeiro iPod, que praticamente se veio a tornar sinónimo de leitor de música. Dois anos mais tarde, volta a abalar o sector musical, ao lançar a loja online iTunes: em vez de ser preciso comprar álbuns inteiros, as pessoas podiam agora comprar apenas as canções que quisessem.Em 2007, já visivelmente debilitado (apesar de o cancro pancreático que aparecera três anos antes ter sido descrito como curado) volta a levar a Apple por um novo caminho, com o lançamento do iPhone. Há anos que a indústria dos telemóveis procurava um modelo com um ecrã sensÃvel ao toque que apelasse aos consumidores. Mas foi preciso o toque de Jobs para que surgisse a fórmula certa.Com o iPhone, Jobs virou o sector ao contrário. Vários fabricantes apressaram-se a tentar seguir as pisadas da Apple. A Nokia, na altura um portento dos telemóveis, está em declÃnio, em grande parte porque ainda não conseguiu encontrar forma de competir neste novo mercado.Dois anos mais tarde, recebeu um transplante de fÃgado, altura em que teve uma ausência prolongada da liderança da empresa. Em Janeiro de 2011, voltou a uma baixa médica, por motivos de saúde não especificados. Já não regressou. Em finais de Agosto, demitiu-se.“Sempre disse que no dia em que não conseguisse cumprir com os meus deveres e responder à s expectativas como CEO da Apple, seria o primeiro a dar-vos conhecimento disso. Infelizmente esse dia chegouâ€, escreveu na carta de demissão, dirigida ao conselho de administração e à “comunidade Appleâ€.Contrariamente a muitos gestores de topo, Steve Jobs tem uma legião de fãs, o que o aproxima mais de uma estrela musical do que de um homem de negócios. A seguir à demissão, surgiram em catadupa mensagens na Internet com desejos de melhoras e declarações de admiração, mesmo da parte de alguns crÃticos. Nos últimos anos, quando subia a um palco para apresentar um produto, era sempre recebido com uma ovação. Fê-lo pela última vez em Junho deste ano.
O lado negro de Steve Jobs 10/25/2010 Por Rita Garcia Poucas coisas enfurecem mais Steve Jobs do que fugas de informação. No número 1 de Infinite Loop, em Cupertino, todos sabem que a incapacidade de guardar um segredo é punida com a pena máxima: a expulsão. O patrão da Apple fez questão de deixar isso bem claro mal regressou à empresa, em 1997, 13 anos depois de ele próprio ter sido expulso por causa de jogos sujos de poder. Para pôr fim a uma onda de notÃcias alimentadas por departamentos rivais dentro da própria companhia, usou uma medida drástica, como é seu costume. Assim que descobria as fontes dos jornalistas, chamava os seguranças e mandava escoltar os “traidores†até fora do perÃmetro do edifÃcio. O método é questionável, mas a medida teve efeitos imediatos. E ainda dá resultados. De cada vez que a Apple lança um novo produto, o suspense é tão grande que atrai a atenção da imprensa de todo o mundo. E de cada vez que isso acontece, Jobs poupa uma fortuna em publicidade. Na Apple Portugal, as regras são as mesmas. Antes do dia 30 de Novembro, a data em que o iPad foi posto à venda no PaÃs, ninguém disse uma palavra sobre o assunto. E os revendedores entraram no jogo. “Há sempre um acordo entre o fabricante e o distribuidor para guardar segredo e criar impacto. Mas a Apple é mais intransigente. É particularmente rigorosa com a divulgação da dataâ€, diz à SÃBADO Viriato Filipe, director de Marketing e Comunicação da Fnac. A encomenda estava feita há um mês, mas os milhares de iPads só chegaram ao armazém central da cadeia de lojas, no Carregado, na noite de 26 para 27 de Novembro. Na Fnac, só uma pessoa sabia o que vinha dentro dos camiões da TNT e da Kuehne & Nagel: Marcos Rolão, responsável máximo da logÃstica. De resto, era impossÃvel adivinhar o conteúdo das caixas de cartão indiferenciadas. O tamanho da embalagem era propositadamente superior ao do iPad, para ninguém imaginar o que lá estava dentro. E foi nessas caixas que a mais recente novidade da Apple seguiu para as 16 lojas do continente, em carrinhas do tipo Renault Kangoo. Para a Madeira, a carga foi de navio. Só uma liderança tão carismática justifica que milhares de trabalhadores em todo o mundo aceitem as exigências de Steve Jobs. É que, por detrás do talento e das apresentações arrebatadoras nas reuniões do Macworld, há um homem com um lado muito negro. “Tem fama de ser um patrão infernal, um capataz que está sempre a gritar com os empregados e que os despede de forma aleatóriaâ€, escreve Leander Kahney no livro iSteve – Na mente de Steve Jobs. Os empregados têm medo dele. Ficam em pânico quando precisam de lhe apresentar um trabalho: ele pode “mandá-los pela janela fora juntamente com o produtoâ€, escrevem Jeffrey S. Young e William L. Simon, na biografia iCon. Quando voltou à Apple, “ninguém queria encontrá-lo num corredor (...) e ninguém queria, de maneira nenhuma, partilhar o elevador com ele, porque quando as portas se abrissem podiam já não ter empregoâ€. Muitos passaram a usar as escadas. Apesar do reino de terror, a empresa mudou. Steve moldou a Apple à sua imagem. Ao contrário do que possa parecer, Jobs estava bem mais calmo do que nos tempos em que fundou a companhia com o amigo Steve Wozniak. A 1 de Abril de 1976, data em que a Apple arrancou, já tinha traÃdo o sócio – pela primeira vez. Steve tinha regressado de uma viagem mÃstica pela Ãndia, interessava-se cada vez mais por filosofia zen, seguia um guru e voltara ao trabalho na Atari, fabricante de jogos electrónicos, vestido de toga laranja e de cabelo rapado. Um dia, o fundador da companhia propôs-lhe um negócio: se ele conseguisse fazer o jogo Break Out com menos de 50 chips, dava-lhe mil dólares (cerca de 800 euros) de bónus. Jobs aceitou o desafio. E pediu de imediato ajuda ao amigo Woz, um génio da electrónica. Prometeu-lhe metade do que ganhasse. O outro passou 48 horas de volta do desafio e conseguiu chegar lá. Steve limitou-se a trazer comida e bebidas. No fim, levou tudo feito como se tivesse sido mérito seu. Recebeu o prémio combinado, mas na hora de repartir, mentiu ao amigo: disse-lhe que tinha recebido 600 dólares e entregou-lhe 300. De acordo com Young e Simon, “quando Woz soube disso, sentiu-se tão mal que até chorouâ€. A relação dos dois nunca mais foi igual. Jobs nunca se conformou com o sucesso do Apple II. “Era o computador de Woz. Steve queria um que todos soubessem que tinha sido criado por eleâ€. Chamou-lhe Lisa, o nome da filha que se tinha negado a assumir quando a criança nasceu. Durante dois anos, não a visitou, nem contribuiu com 1 cêntimo para as despesas, apesar de já ter fortuna. Continuou a dizer que não era pai da miúda mesmo depois de um teste de paternidade dizer o contrário. Só passou a pagar a pensão de alimentos por ordem judicial depois de Chris-Ann Brennan, a ex-namorada, ter feito queixa dele à s autoridades. Steve Jobs só se aproximaria da filha mais tarde, sobretudo depois do casamento com Laurene Powell, com quem tem três filhos: Reed Paul, Erin Sienna e Eve. O Apple Lisa chegou ao mercado no inÃcio da década de 80. Custava 10 mil dólares e foi um fiasco. “Vocês fizeram merd*â€, disse Steve à equipa que o tinha concebido. Jobs chefiava entretanto o grupo que estava a desenvolver o Macintosh, a aposta que deveria salvar a empresa da situação financeira complicada.Para a retoma, o conselho de administração tinha convidado John Sculley, o presidente da Pepsi. Ninguém o tinha conseguido convencer a trocar a liderança de uma multinacional sólida pela chefia de uma companhia acabada de criar. Até que o próprio Steve Jobs fez disso um objectivo. Encontraram-se em Nova Iorque. Jobs tinha um novo apartamento com vista para Central Park onde passava temporadas. A meio da tarde, depois de terem estado no Metropolitan Museum of Art, fez-lhe uma pergunta implacável: “Vais continuar a vender água com açúcar para o resto da vida quando podes fazer algo realmente importante?†John Sculley substituiu Mike Scott na presidência da Apple. Isto depois de Jobs o tramar. Apoiou em privado a polÃtica de despedimentos que ele pôs em curso, sabendo que isso lhe arrasaria a imagem. Depois deixou que o demitissem. A amizade com Sculley também não durou muito. Quando as vendas do Macintosh se revelaram desastrosas, Jobs negou--se a reconhecer que o computador tinha limitações e que ele próprio era responsável pelo fiasco – tinha sido descuidado com o software. Nessa altura, só havia uma forma de lhe dar uma ideia: sugerir-lha e esperar que ele a arrasasse. Daà a semanas, havia de a apresentar como sua. Dessa vez preferiu pedir a cabeça de Sculley. Tentou minar de várias formas a reputação do gestor. A única coisa que conseguiu foi enfurecê-lo. Perdeu a guerra: foi afastado da liderança da Macintosh e ficou sem qualquer responsabilidade. Ainda tentou o truque do choro: sempre que não faziam o que ele queria, deixava cair umas lágrimas para terem pena dele. Nem isso resultou. Steve Jobs foi expulso da empresa que criou. Era milionário, tinha um Mercedes coupé, entre outros carros, jantava nos melhores restaurantes (quando levava amigos, escapava-se sempre a pagar a conta para garantir que ninguém se aproveitava dele), mas estava sozinho. No trabalho, ninguém suportava o seu egocentrismo. E no amor tinha uma sucessão de paixões fugazes (entre as quais com a cantora Joan Baez), mas não conseguia construir uma famÃlia. Depois de uma travessia do deserto, fundou a NeXT. E cometeu mais um erro: pensou que o futuro da empresa era o hardware, a sua paixão. Mas seria o software NeXTSTEP que lhe traria sucesso e lhe permitiria regressar à Apple pela porta grande. Com a ajuda de um investidor, comprou a George Lucas uma pequena empresa de animação computorizada criada pelo homem que lançou a trilogia A Guerra das Estrelas. Pagou-lhe perto de 10 milhões de dólares quando o preço inicial era de 30 milhões. Assim nasceu a Pixar. Toy Story, a primeira longa-metragem de animação totalmente feita por computador, foi um sucesso. Monstros e Companhia, Uma Vida de Insecto e À Procura de Nemo também. Jobs aprendeu a respeitar a criatividade. Ficou multimilionário quando vendeu uma parte das acções da Pixar. Nunca abandonou o sonho de ser presidente da Apple. Era então ou nunca. Aproveitou a situação precária da empresa, afastou o lÃder Gil Amelio com um golpe sujo e, daà em diante, vangloriou-se de vitórias lançadas pelo antecessor. O iMac, que apresentou como obra sua, estava quase pronto quando Jobs chegou à presidência. O resto sabe-se: Steve Jobs lançou o iTunes, um programa para descarregar música da Internet. Seguiu-se o êxito estrondoso do iPod. Depois vieram o iBook, o iPhone e agora o iPad. Em Agosto de 2004, diagnosticaram-lhe um cancro no pâncreas. Sobreviveu. Em Janeiro de 2009, anunciou que se ia retirar para fazer um transplante de fÃgado. Chegou a especular-se que ia deixar a Apple. Eram só rumores. Steve Jobs voltou mais magro, mas mostrou que nada o afastaria da liderança da Apple.