Grande Prémio de Abu Dhabi de F1 Kimi Raikkonen de regresso às vitórias Kimi Raikkonen venceu o Grande Prémio de Abu Dhabi de F1, regressando desta forma às vitórias na fórmula 1, depois de dois anos de 'férias' no Mundial de Ralis. Fernando Alonso foi segundo na frente de Sebastian Vettel, que recuperou 'só' 21 posições durante toda a corrida, numa prestação absolutamente excecional. É verdade que a corrida teve por duas vezes o safety car em pista, facto que beneficiou Vettel, mas a verdade é que o piloto alemão mostrou que, caso não tivesse partido da linha de boxes, dificilmente teria perdido esta corrida. O piloto finlandês partiu muito bem, e logo se colocou atrás de Lewis Hamilton, e assim ficou até à volta 19, quando o piloto da McLaren parou com problemas mecânicos no seu monolugar. Raikkonen ficou na frente e apesar de perseguido de perto por Fernando Alonso na fase final da corrida, manteve o espanhol em sentido e assegurou uma saborosa vitória para a Lotus, que se tornou na sexta equipa diferente a vencer corridas este ano. A vitória do piloto finlandês foi a sua primeira desde o GP da Bélgica de 2009 e a Lotus não vencia desde o GP dos EUA de 1987. Grande corrida de Sebastian Vettel, que apesar de ter perdido três pontos para Alonso, mantém dez de avanço, com duas corridas para o final do mundial. As coisas não começaram por correr muito bem ao piloto alemão, já que durante a presença do primeiro safety-car em pista, quando era 13º, na fase de aquecimento dos pneus, para evitar Daniel Ricciardo, colidiu com um sinal avisador de distância e danificou a asa dianteira do seu RB8. Foi às boxes, trocou a asa, colocou pneus macios, e voou em pista. No último terço da corrida, voltou a trocar de pneus, caindo para trás de Alonso e Button, mas depois de grande pressão, passou Button e chegou ao pódio, atrás de Alonso. No total, recuperou 21 posições pulverizando o recorde de Hamilton em Espanha, quando recuperou 16. Classificação 1. Raikkonen Lotus-Renault 1h45:58.6672. Alonso Ferrari + 0.8523. Vettel Red Bull-Renault + 4.1634. Button McLaren-Mercedes + 7.7875. Maldonado Williams-Renault + 13.0076. Kobayashi Sauber-Ferrari + 20.0767. Massa Ferrari + 22.8968. Senna Williams-Renault + 23.5429. Di Resta Force India-Mercedes + 24.16010. Ricciardo Toro Rosso-Ferrari + 27.40011. Schumacher Mercedes + 28.00012. Vergne Toro Rosso-Ferrari + 34.90013. Kovalainen Caterham-Renault + 47.70014. Glock Marussia-Cosworth + 56.40015. Perez Sauber-Ferrari + 56.70016. Petrov Caterham-Renault + 1:04.50017. De la Rosa HRT-Cosworth + 1:11.5 Abandonos Pic Marussia-Cosworth 42ª voltaGrosjean Lotus-Renault 38ª voltaWebber Red Bull-Renault 38ª voltaHamilton McLaren-Mercedes 20ª voltaKarthikeyan HRT-Cosworth 8ª voltaRosberg Mercedes 8ª volta Hulkenberg Force India-Mercedes 1ª volta Campeonatos Pilotos 1. Vettel 2552. Alonso 2453. Raikkonen 1984. Webber 1675. Hamilton 1656. Button 1537. Massa 958. Rosberg 939. Grosjean 9010. Perez 66 11. Kobayashi 58 12. Hulkenberg 49 13. Di Resta 46 14. Maldonado 43 15. Schumacher 43 16. Senna 30 17. Vergne 12 18. Ricciardo 10 Construtores 1. Red Bull-Renault 4222. Ferrari 3403. McLaren-Mercedes 3184. Lotus-Renault 2885. Mercedes 1366. Sauber-Ferrari 1247. Force India-Mercedes 958. Williams-Renault 739. Toro Rosso-Ferrari 22Ler mais: http://autosport.sapo.pt/kimi-raikkonen-de-regresso-as-vitorias=f109131#ixzz2BH09dFxy
António Félix da Costa: “Vettel disse-me que o Dr. Helmut Marko está muito contente comigo”António Félix da Costa realizou em Abu Dhabi dois dias de testes com a Red Bull, trilhando um pouco mais o caminho que o levará, espera-se, à Fórmula 1. Depois de uma época em que se tornou no segundo português a militar no Red Bull Junior Team, depois de Filipe Albuquerque, o piloto luso lutou até ao final pelo título da GP3 Series, e esteve em grande destaque na meia época na World Series by Renault FR 3.5, em que foi chegar, ver e vencer. Em Abu Dhabi, cumpriu dois dias de testes com o Red Bull RB8 da equipa campeã, foi segundo no primeiro dia, o mais rápido no segundo, e só um problema eletrónico o impediu de realizar um melhor registo, claramente ao seu alcance. “Não sabemos muito bem quais foram os programas de trabalho das outras equipas, mas tendo em conta que fizemos tempos parecidos, nós e a McLaren, presumo que tenham testado em condições semelhantes a nós. Por exemplo, o mapa de motor estava de longe do máximo em termos de potencialidades, já que isto era só um teste em que o objetivo principal era testar a aerodinâmica e alguns componentes mecânicos. Quando testei com a Force India o objetivo foi alcançar tempos, e tudo foi feito nesse sentido, mas neste caso não, já que procurei cumprir o programa delineado pela equipa. Recordo que faltam ainda duas corridas para o final do campeonato, e a Red Bull está a lutar pelos títulos, pelo que nesse aspeto, nada pode falhar.” “Houve tempo para realizarmos um tempo ‘canhão’, mas por azar um pequeno problema eletrónico impediu-nos de ir buscar aquele segundo que tinha feito uma boa diferença. De qualquer forma, a equipa tem a telemetria e ficaram contentes com o trabalho...”, referiu Félix da Costa que se adaptou depressa ao carro: “Fiz o meu melhor registo dos dois dias logo ao cabo de 15 voltas e isso prova que me adaptei depressa. Até em termos físicos, foi muito melhor do que estava à espera. Fiquei a saber também que o Formula Renault 3.5 é um excelente treino para o Red Bull RB8, pois o WSR deste ano é bem melhor que o de 2011 e existem curvas que, por exemplo o WSR faz em 4,5G, o que não fica longe do F1, que faz 5,0G em zonas iguais. Claro que em mudanças de direção, travagem e aceleração não tem comparação, mas o melhor treino foi mesmo o WSR, ajudou muito.” Uma semana com a Red Bull António Maria de Mello Breyner Félix da Costa já faz parte da família da Red Bull há algum tempo, e como preparação mental para este importante teste, foi convidado pela equipa a seguir de perto todo o fim de semana do GP de Abu Dhabi de Fórmula 1: “Já conhecia várias pessoas da Red Bull, pois desde o teste aerodinâmico, o Road Show na Coreia, ou as outras duas vezes que guiei um Red Bull fui conhecendo pessoas. Mas quem foi o meu cicerone em Abu Dhabi foi mesmo o Sébastien Buémi, terceiro piloto da equipa, e uma excelente pessoa que muito me ajudou nestes dias”, disse Félix da Costa que recordou alguns momentos engraçados: “A Red Bull é mesmo uma equipa diferente no seio da Fórmula 1, pois existe um ambiente muito bom, descontraído, uma mentalidade jovem, nota-se um espírito diferente doutras equipas. Logo na quinta-feira estive com o Mark Webber e o Sebastian Vettel. O Mark já conhecia pois é manager do meu adversário na GP3 Series, o Mitch Evans. Por vezes falava comigo na brincadeira a dizer-me para andar mais devagar e deixar o piloto dele ganhar...” “Já o Vettel, inicialmente pareceu-me algo antipático, pois pouco falou, só que depois de uma reunião onde estive presente, percebi que ele não me reconheceu logo. Depois disso veio ter comigo, pediu desculpa e disse-me que só me conhecia pelo capacete. Deu-me os parabéns pelo meu grande final de época, e revelou que o Dr. Helmut Marko está muito contente comigo, e colocou-se à disposição para qualquer coisa que precisasse. Não tinha essa ideia dele, e gostei da atitude”, referiu o piloto que explicou a importância de estar por dentro da equipa durante os quatro dias de Grande Prémio: “É muito importante estar por dentro naquele ambiente pois testemunhamos as mais diversas situações, ficamos a perceber no global como funcionam as coisas dentro da equipa em termos de comunicação, como se comunica, e quando me sentei no carro já sabia bem o que tinha e quando dizer.” Num ambiente destes, qualquer pormenor pode ser decisivo, e por isso, António Félix da Costa e Sébastien Buémi foram para a pista, durante os treinos livres para observar: “No final de um dos treinos, falei com o Vettel, e sem dizer se achava se era melhor ou pior, dizia o que via dele e dos outros pilotos, para que ele soubesse o que estava a fazer comparativamente aos adversários, as diferentes linhas de abordagem, etc. Depois disso, fomos para o briefing, e aí passou-se uma história muito curiosa...” O encosto de Michael Schumacher Michael Schumacher e Sebastian Vettel são bons amigos, e apesar de serem ambos alemães, a forte amizade sobrepõe-se à natural rivalidade de serem ambos naturais do mesmo país, e por isso a história seguinte tem o seu quê de engraçado: “Por acaso acabei por me sentar entre o Schumacher e o Vettel, e enquanto ouvíamos, comecei a sentir o Schumacher a bater-me na perna, na brincadeira. Fiquei aflito pois era o Schumacher ali ao meu lado, mas depois ele olhou, viu que era eu e riu-se, desculpando-se a dizer que pensava que era o Vettel. Foi engraçado!” Mundo à parte na Fórmula 1 Para Félix da Costa, a presença no GP de Abu Dhabi deu para perceber que a Fórmula 1 é um mundo completamente à parte: “O mundo da F1 é incrível! Não tem comparação possível com outra qualquer disciplina do desporto automóvel. Alguns tentam imitar mas nada tem a ver. Gasta-se muito dinheiro, e ainda mais num local como Abu Dhabi, mas é fantástico viver isto por dentro...” O futuro Para António Félix da Costa, o futuro próximo deverá passar pela World Series by Renault, mas esse é um cenário que ainda não está totalmente garantido: “Não sei ainda muito bem como vai ser em 2013, pois não está garantido que faça mais um ano da World Series, embora essa seja uma situação provável. Era o que gostava, pois o carro é ótimo e o campeonato muito giro, e se a isso fosse possível juntar as sextas feitas de Fórmula 1 ainda melhor, pois penso que é importante ter um pezinho na F1. Se posso ser competitivo na Fórmula 1? Só depende de mim e as coisas são simples. Se repetir a WSR só tenho que acelerar e se tiver um ano bom, vou para a F1, se não, não vou. Depende como correr o ano na WSR, onde, caso dispute o campeonato, tenho de apontar para o título. Mas não sei ainda, veremos...” Preparação para o teste Um teste com uma equipa de F1 como a Red Bull tem de ser preparado com todo o cuidado, e o que se vê em pista, tem por trás muitas horas de trabalho: “Fui para o simulador ainda na Grã-Bretanha durante três dias inteiros, das nove da manhã às cinco da tarde, parando para almoçar. Ali simula-se tudo e mais alguma coisa, desde a pista, que já conhecia, ao tipo de pneus, pontos de travagem, caixa de velocidades, KERS, simulam-se falhas no carro, arranques, sendo tudo muito real até certo ponto, claro...”, referiu o piloto luso que agora ruma a Macau para o Grande Prémio de F3: “Já mudei o chip e vou lá para ganhar embora saiba que é mesmo muito difícil. Mas vou tentar...”, concluiu António Félix da Costa.Ler mais: http://autosport.sapo.pt/antonio-felix-da-costa-vettel-disse-me-que-o-dr-helmut-marko-esta-muito-contente-comigo=f109199#ixzz2BeKGLmBz