Autor Tópico: Nitrogénio-um negócio?  (Lida 19056 vezes)

Offline Timoteo

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Re: Nitrogénio-um negócio?
« Responder #30 em: 17 de Abril de 2012, 11:44 am »
Artur, deixa-me dizer que a "tua utilização" não é propriamente normal  :assobio:

Offline Artur

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Re: Nitrogénio-um negócio?
« Responder #31 em: 17 de Abril de 2012, 11:50 am »
ah pronto, está explicado então ....
é que acho uma piada enorme quando se tem que colocar titulos honoríficos para justificar algo que se diz / escreve , faz lembrar os e mails em cadeia que circulam na net que veem sempre de um engenheiro bio quimico ou algo do genero . Atenção, não estou a por em causa a escolaridade ai de quem postou , apenas estou a por em causa o comentário e falo com experiencia propria e conhecimento de causa .... ( a ver se não tenho de puxar dos meus galões ) 

Offline GrandModusGPL

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Re: Nitrogénio-um negócio?
« Responder #32 em: 17 de Abril de 2012, 12:27 pm »
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então quer isso dizer , que tudo o que escrevi atrás , é puro placebo e alucinação minha ...

Artur, não sei o que te diga...

O que eu sei é que a pressões e temperaturas normais, isto é, aquelas em que vivemos, qualquer gás, seja ele oxigénio, azoto, ou uma mistura dos 2 tem um comportamento que é descrito pela Lei dos gases ideais:

PV = nRT, em que P é a pressão, V o volume, n - a quantidade química, R - é uma constante e T a temperatura em graus K.

Isto é a relação entre a pressão e a temperatura não depende do gás.

Situação diferente é a do vapor de água, que por se encontrar abaixo do ponto de ebulição pode sofrer mudança de fase, passar do estado gasoso ao líquido ou vice-versa.

Por exemplo podemos ter no interior do pneu a frio alguma água que depois por aquecimento passa ao estado gasoso e produz um aumento de pressão não proporcional à temperatura.

De qualquer forma isso nada tem a ver com o azoto.

É verdade que o oxigénio atravessa a borracha 3 a 4 vezes mais depressa do que o azoto, mas:

1)Só 20% do ar é que oxigénio, os restantes 80% já são azoto, assim a comparação entre a velocidade a que o ar comprimido e o azoto(que já agora também tem uma percentagem de oxigénio, pois para o preço que custa não é de elevado grau de pureza) atravessam a borracha é substancialmente menor.

2)O processo é muito lento(como todos sabemos por experiência própria em pneus sem furos e bem vedados na jante), logo se enchermos os pneus pelo menos 1 vez por mês não há diferenças práticas.

3)Como o oxigénio abandona o pneu mais rapidamente, ao longo do (muito) tempo, a percentagem de azoto dentro do pneu vai aumentando, cada vez que acertamos a pressão dos pneus.

Resumindo, do meu conhecimento, do conhecimento com quem falei e do bom senso não me parece que haja qualquer vantagem prática no enchimento com azoto.
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Offline Rui

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Re: Nitrogénio-um negócio?
« Responder #33 em: 17 de Abril de 2012, 12:41 pm »
O problema é que de cada vez que se acerta a pressão dos pneus, garantidamente estamos a meter água, oxigénio e sei lá mais o quê lá para dentro. Uma larga maioria dos sistemas de enchimento de pneus nos postos de abastecimento, estão ligados a um compressor da treta, que nem secador de ar deve ter e isso associado á amplitude térmica de 24 horas é garantido que se formam condensações.
Com isto continuo sem perceber o porquê de azoto comprimido versus ar comprimido significar comportamento igual. Não me parece.
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Offline Verdi

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Re: Nitrogénio-um negócio?
« Responder #34 em: 17 de Abril de 2012, 15:58 pm »
Boa tarde.

Para além da importância da formação académica, está a experiência revelada pelos utilizadores deste produto.

Na realidade, este tema está a suscitar interessante troca de opiniões. Porém, se possível agradecia que algum dos intervenientes se me respondesse às questões que formulei na minha anterior mensagem:

1-trocar o ar comprimido pelo nitrogénio é possível por sistema de vácuo. Esta operação não danifica os pneus? Não altera a calibragem e características dos mesmos?

2-num dos posts, o Artur sugeria que ao insuflar os pneus com nitrogénio, acrescentar 0,1 bar em relação aos valores normalmente utilizados. Na minha viatura (Renault Scenic 1500cc/105cv, DCI, chassis normal com pneus 205/55/R16) com ar comprimido, utilizo 2.4 (frente) e 2.1 (atrás)  pois o meu percurso diário é 80% auto-estrada, 20% estrada e uma a duas vezes por semana, cidade do Porto. Acha que ao utilizar o nitrogénio, devo utilizar 2.5 (frente) e 2.2 (atrás)?

Obrigado pela vossa atenção.

Atenciosamente.
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Offline Rui

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Re: Nitrogénio-um negócio?
« Responder #35 em: 17 de Abril de 2012, 16:10 pm »
Questão 1: não faço a mínima ideia pois não conheço esse sistema de vácuo.

Questão 2: já tinha sido respondida neste mesmo tópico.

bem, como gostam de ficar com informação dispersa e repetida , cá fica de novo :

com nitrogenio deve se corrigir a pressão para mais 0,1 bar que o normal com ar , pelo simples facto de não haver oscilação a quente como com ar normal , ou seja , se um pneu com ar roda a 2,4 a frio , a quente irá ter 2,6 mais ou menos , dai deve se encher com azoto a 2,5 para ficar equiparado .

quanto ao perder tracção , é um mito e a prova disso sou eu e o meu carro , quem já o viu a andar e a curvar , pode falar . Agora se me disserem que a temperatura ideal do pneu em vez de ser ao fim de 2 ou 3 kms passa a ser a 6 ou 7 kms , aceito pois é o que acontece , perca de tracção não noto .

Desgaste de pneu , muito inferior ao normal com ar , vão ver os meus pneus com 3.500kms e estão iguais a novos , coisa que em carros iguais com ar , já se nota algum desgaste .
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Offline GrandModusGPL

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Re: Nitrogénio-um negócio?
« Responder #36 em: 17 de Abril de 2012, 17:47 pm »
Questão 1: Se se refere a retirar por sucção o ar totalmente de dentro do pneu para depois o substituir por azoto não vejo necessidade. Ao esvaziar totalmente o pneu o ar que fica é residual, e como o azoto utilizado também não é 100% puro, não me parece que faça diferença, isto do ponto de vista teórico, não empírico.

Questão 2: Teoricamente não vejo razão para que a pressão seja diferente, empiricamente não sei... 
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Offline Artur

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Re: Nitrogénio-um negócio?
« Responder #37 em: 17 de Abril de 2012, 18:30 pm »
apenas tenho a dizer mais que nem tudo o que funciona em teoria , funciona de igual modo em pratica .
e ia acrescentar para sustentar a minha informação o exemplo pratico que o rui citou atras . Posso acrescentar um outro para se ver a diferença pratica , vão a uma oficina com estufa e comparem o ar comprimido utilizado na area de pintura e o ar comprimido usado na area de mecanica , e sim, vem todo do mesmo compressor

Offline Rui

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Re: Nitrogénio-um negócio?
« Responder #38 em: 17 de Abril de 2012, 19:00 pm »
O problema é que de cada vez que se acerta a pressão dos pneus, garantidamente estamos a meter água, oxigénio e sei lá mais o quê lá para dentro. Uma larga maioria dos sistemas de enchimento de pneus nos postos de abastecimento, estão ligados a um compressor da treta, que nem secador de ar deve ter e isso associado á amplitude térmica de 24 horas é garantido que se formam condensações.
Com isto continuo sem perceber o porquê de azoto comprimido versus ar comprimido significar comportamento igual. Não me parece.

Esqueci-me de acrescentar que alguns destes compressores da treta, ainda são capazes de "adicionar" óleo no ar comprimido.
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Offline GrandModusGPL

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Re: Nitrogénio-um negócio?
« Responder #39 em: 17 de Abril de 2012, 19:12 pm »
Gostaria só de fazer uma ressalva...

O tópico é sobre o azoto, o qual na minha opinião é vendido como foram as características medicinais da água radioactiva no princípio do Século XX.

Outra coisa diferente é a forma, e concordo, pouco cuidada como é tratada a questão do enchimento dos pneus com ar comprimido.

Obviamente que comercialmente é muito mais fácil justificar o pagamento de azoto, do que de ar comprimido seco e de boa qualidade.
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Offline Verdi

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Re: Nitrogénio-um negócio?
« Responder #40 em: 17 de Abril de 2012, 23:10 pm »
Será que se trata de uma questão comercial? Tenho verificado que na casa de pneus da zona onde resido, o número de clientes aderentes a este produto (nitrogénio) tem aumentado de forma significativa, segundo dados fornecidos pelo gerente, numa conversa que tivemos esta semana.  Como devem compreender, nunca tive oportunidade de falar com esses clientes para recolher dados relativos às suas experiências associadas ao uso do nitrogénio. A referida casa de pneus, tem lá bem à vista, o aparelho para insuflar azoto (nitrogénio) e pelos vistos, as rectificações são gratuitas. Em caso de furo, aquisição de pneus novos ou reparação de outros danos nos pneus, o cliente para a aplicação do nitrogénio.

Ar comprimido seco e de boa qualidade? Coloco sérias dúvidas nesta frase, pois para além dos manómetros descalibrados, o ar comprimido utilizado para verificar a pressão, não é seco, contém substâncias já mencionadas neste tópico, que em nada favorecem a pressão dos pneus.

Se me decidir pelo uso do nitrogénio  nos pneus, provavelmente seguirei a periodicidade de verificação da pressão, tal como faço com o ar comprimido (uma vez por mês, no máximo de 90 em 90 dias). As opiniões recolhida sobre as vantagens do nitrogénio, são interessantes para os indecisos como eu... Este tópico tem suscitado várias opiniões e sugestões muito interessantes. Continuem as postar as vossas experiências vividas com este produto e opiniões relativas ao mesmo.

Obrigado pela atenção dispensada.
« Última modificação: 17 de Abril de 2012, 23:12 pm por carlosjcm »
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Re: Nitrogénio-um negócio?
« Responder #41 em: 21 de Abril de 2012, 01:13 am »
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Re: Nitrogénio-um negócio?
« Responder #42 em: 21 de Abril de 2012, 01:20 am »
tendo em conta que a tua opinião foi " esta conversa do azoto dá me vontade de rir "
considero a opinião da continental muito diferente
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Para o uso diário do consumidor normal de serviços de pneus, não é necessário insuflar os pneus com nitrogénio. Contudo, insuflar os pneus com nitrogénio não lhes provoca qualquer dano e pode contribuir marginalmente para reduzir as perdas de pressão provocadas por quebra de impermeabilidade.

perdas de pressão = desgaste prematuro

Offline GrandModusGPL

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Re: Nitrogénio-um negócio?
« Responder #43 em: 21 de Abril de 2012, 12:33 pm »
Obviamente que ninguém esperaria que a opinião institucional da Continental fosse
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esta conversa do azoto dá me vontade de rir
, sobretudo porque quem vende os pneus da Continental são os mesmos que vendem o azoto.

Acho até o facto da Continental  ter tomado esta posição, perfeitamente clara para quem a quiser perceber, um acto muito corajoso. Todavia as coisas são apresentadas de forma delicada, mas querem dizer exactamente a mesma coisa.

Assim:
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Para o uso diário do consumidor normal de serviços de pneus, não é necessário insuflar os pneus com nitrogénio.
+
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pode contribuir marginalmente* para reduzir as perdas de pressão provocadas por quebra de impermeabilidade.
+
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Tanto quando insuflados com ar, como com nitrogénio, a manutenção regular da pressão dos pneus continua a ser crucial e necessária. Só por si, a utilização de nitrogénio não substitui o controlo periódico da pressão dos pneus.
= as perdas de pressão dos pneus que o azoto permite evitar são tão marginais que são como o Melhoral, não fazem bem nem fazem mal.

Quanto às outras aplicações do azoto:

Aviação: enormes variações de temperatura(que são muitíssimo baixas na estratosfera) + perigo de explosão por terem combustível e comburente(oxigénio) próximos.

Minas: perigo de explosão por terem combustível e comburente(oxigénio) próximos.

Pesados: como os pneus são frequentemente recauchutados a oxidação da borracha não é desprezável.

Competição: enormes variações de temperatura + perigo de explosão por terem combustível e comburente (oxigénio) próximos +
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ajudar a diminuir as variações de pressão dos pneus quando variações, mesmo que diminutas, podem afectar o comportamento do veículo em limites extremos de performance.
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Offline Artur

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Re: Nitrogénio-um negócio?
« Responder #44 em: 21 de Abril de 2012, 20:25 pm »
deixo mais uma então , a minha laguna com sistema de sensor de pressão de pneus , com ar normal , ao fim de 10 minutos de circulação ou menos , já variou a pressão de 2,4 para 2,6 ( condução normal sem ser excessiva ) e em auto estrada chega aos 2,8 bar , condução normal . Com azoto , para variar dos 2,5 para os 2,6 , só em auto estrada . Se ao fim fizermos as contas ao desgaste prematuro de pneus pelas oscilações de variação de pressão , é obvio que a continental não é a favor , afinal o negocio deles é vender pneus e não azoto
cada um tire as suas elações e use melhoral se quiser , pois afinal ao que parece o azoto é daqui a pouco é pura banha da cobra como as pulseiras power balance .
Se calhar é como em teoria , o modus é confortavel mas quando sentas te lá dentro , não gostas te ... E a opinião do azoto poderá mudar ( a minha mudou ) quando experimentares . E não , não vendo azoto , falo apenas por experiencia propria e volto a afirmar , a teoria nem sempre é igual a pratica